sábado, 29 de julho de 2017

TREZE

 

TREZE

Tenho te ligado a todo instante,
uma média de treze vezes por minuto,
para cada um dos três números teu que tenho,
e todos estão mudos e surdos.

Faz treze dias que não te vejo,
e que tu não me vês, ou me cheiras,
ou me ouves, ou me sentes, ou enxergas,
ou me ressuscitas...

Aqui jaz, nessa sepultura do silêncio,
há treze dias, minha tatuagem desbotada
dos meus treze pássaros,
minha pele escurecida, minha própria vida.

Ainda ressoa a tua mentira no ar:
— Eu vou aí, hein!
Como costumavas me ameaçar...

E na contagem estática do meu mundo inerte,
amanhã também será treze dias,
esse número que me persegue,
que me enlouquece,
e me possui por inteira.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Amanhã, quem sabe tu?

Lilly Araújo - 29/07/17

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