quarta-feira, 26 de abril de 2017

A cor do mundo


A cor do mundo

Depois do primeiro gole tudo muda,
depois da primeira taça
aparece travestida de graça
o amor peralta que se esconde feito criança.

Depois da primeira taça,
vem a canção,
esquecida há muito,
sufocada pelo cotidiano.

Depois de meia garrafa,
cai o pano,
a peça de roupa, as máscaras
caem todas as mágoas.

O som aumenta,
começa a dança...

Depois de tudo, o mundo
não é mais cinza,
é vinho!

Lilly Araújo
22/02/17 13:10h

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Apatia



 
Apatia

Hoje ninguém me tirará de dentro de mim.
Quero o aconchego do toque do cetim,
o abraço soturno das penas da graúna,
e o silêncio gélido da criatura noturna.

Amanhã não sei mais se será assim como outrora,
ou se os sonhos se desvanecerão na aurora,
por hora, isso é tudo que quero estar: - perdida no breu;
no dentro; no fundo; no impenetrável do eu.

Hoje eu quero me resfolegar no vinho tinto,
despedaçar sem piedade a minha taça,
e deglutir o paladar do absinto.

Amanhã talvez nasça outro desejo proibido,
e se me vêm outros ares de graça,
eu finjo que sou uma criança a brincar na praça.

Lilly Araújo
24/04/17

domingo, 23 de abril de 2017

Eutanásia




Eutanásia

Resolveu dar cabo da vida,
entrou para um quarto e
tomou uma dose letal de poesia.

Lilly Araújo-23/04/2017

domingo, 16 de abril de 2017

Descalcificada!



 
Descalcificada!

Juntas tortas,
artérias corrompidas
pela inexatidão dos pulsos.
O mundo gira,
e na vertigem de descaminhos
me vomita em pequenas porções de
coisa alguma, ou quase nada.

Lilly Araújo- 16/04/17
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