sexta-feira, 29 de maio de 2015

Eu é que sei



Eu é que sei

Eu é que sei o peso silêncio
Quando a multidão se dispersa
Quando os sorrisos amarelam
E as palavras emudecem.

Eu é que sei a cor desbotada que resta
Quando a luz dos holofotes
Se apagam depois da festa.

Só eu resto!
Só eu fico!
Só eu me carrego para casa
No fim de tudo...

Eu é que sei o frio do leito
Que aguarda toda noite eu retornar,
E o gosto amargo de cada insônia
Que vem me visitar...

Eu e que sei das dores
De ser essa intensidade de mulher,
Aliás, "nós" sabemos:
– Eu e o pobre café!

#Lilly Araújo. 28/05/15














quinta-feira, 28 de maio de 2015

O café que não veio



O café que sempre sonhei
agora vai ficar em bule qualquer
esfriando…
sem calor, sem toque, e esquecido
de todo gesto de carinho.

O café que por tantos meses planejamos
vai ficar assim,
como uma carta que o correio estornou,
como um poema amassado no fundo de uma gaveta,
como tantos outros projetos que acabam descendo
ao túmulo sem nunca virem à luz do dia.

O café que tanto desejei,
vai ficar assim,
como um aborto,
ou um natimorto,
porque nem sempre se pode plantar e colher.

O “nosso” café, nunca chegará
a ser ‘nosso’,
porque temos medo…
Temos medo.

E essa é toda explicação.


Lilly Araújo
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